terça-feira, 6 de outubro de 2009

A disfagia no idoso

Na populaçao geriátrica, a disfagia se torna bastante comum, devido as doenças dessa faixa etária, como, por exemplo,AVC, Doenças degenerativas,etc, que favorecem ao quadro , além do envelhecimento fisiológico no mecanismo da deglutição.A disfagia no idoso, reflete um problema clínico e é de extrema importânica , que o diagnóstico seja feito precocemente, pois devido às suas variadas causas , os sintomas podem variar muito também. A disfagia pode levar a um quadro clínico mais grave, como a desnutrição, a desidratação e até a uma pneumonia ou à morte por asfixia. Por isso, é importante conhecer os sintomas e procurar ajuda o quanto antes.
Nos idosos há uma deterioração do sistema sensitivo e motor, um processo comum do envelhecimento, porém isso não causa a disfagia, mas deixa a fisiologia da deglutição mais propensa à fragilização.
O aumento do tecido adiposo e conjuntivo com redução da massa muscular e diminuição das unidades motoras funcionais, levam a um declínio na força e mobilidade da língua, alterando a formação do bolo alimentar, afetando a resposta mais automática da deglutição.

A disfunção e artrose da articulação temporo-madibular leva a uma diminuição da força mastigatória; o alimento é pouco triturado e ocorre a incapacidade de lateralizar o mesmo na boca. Outro fator prejudicial é a incontinência labial que ocorre com muita freqüência.
A perda
das papilas gustativas, alteram o paladar do idoso, sendo um dos maiores responsáveis pela recusa na alimentação. As perdas dentárias ou próteses mal adaptadas completam o terrível quadro.
Todas estas disfunções resultam em engasgos, tosses e pigarros constantes, mesmo sem estar se alimentando. O idoso se recusa a usar alimento sólidos, usa muito líquido nas refeições, pode ter regurgitação nasal, dificuldade de mastigação, isolamento durante a refeição (vergonha de atos incovenientes -vômitos, regurgitação nasal, tosse, espirros – ou de ser repreendido durante o almoço e ou jantar em família).

Outro fator também relevante são os medicamentos, que apresentam um papel significativo na predisposição à disfagia em idosos. Os efeitos adversos das medicações, costumam interferir no mecanismos normal da deglutição. Alguns fármacos reduzem o funcionamento da musculatura involuntária, diminuindo a motilidade esofágica e as pressões do esfíncter esofágico inferior .
Outros, ressecam a cavidade oral e a mucosa farígea . Esse ressecamento excessivo da mucosa oral (xerostomia) mascara o paladar , por falta de saliva, que consequentenmente, inibe o início da preparação do bolo alimentar e da subsequente resposta da deglutição.

Embora as dificuldades com a deglutição estejam presentes em um percentual alto de indivíduos idosos, quando consideramos os efeitos da idade no processo deglutição é de suma importância que se diferenciem as modificações mórbidas das normais, já que esta população está mais exposta as doenças que podem afetar direta ou indiretamente a deglutição. Resumindo, as principais causas da disfagia no idoso são: O mecanismo de envelhecimento; Uma incidência maior de doenças associadas e um uso maior de medicamentos.
Concluimos então, que o idoso deve fazer uma avaliação periódica aos dentistas ,otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, pois estes profissionais podem diagnosticar e tratar corretamente as disfunções da deglutição, evitando a desnutrição e isolamento social.

"Cuide bem do idoso ele é o espelho do seu futuro."

Cláudia Figueiral
Fonoaudióloga, especialista em neurologia infantil e geriátrica com formação no conceito neuroevolutivo Bobath; Supervisora Responsável do setor de Fono do Centro de Estimulação Precoce da Pestalozzi de Niterói , e Fonoaudióloga do GERAR.

Referências Bibliográficas:

FURKIM AM ,SANTINI CS,. Disfagias orofaríngeas. São Paulo: Pró -Fono,1999
Russo I – Intervenção Fonoaudiológica na Terceira Idade – Editora Revinter, São Paulo,1999.
Jacobi J – Disfagia: Avaliação e tratamento – Editora Revinter, São Paulo,2003
Freitas EV et al – Tratado de Geriatria e Gerontologia – Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro,2002.